Histórico 2019
07.12.2019 — 16.02.2020
9KG DE OXIGÉNIO
A Galeria Municipal do Porto desafiou o projeto Uma Certa Falta de Coerência a desenvolver um exercício que partisse da problemática da relação entre a prática curatorial independente (e autogerida por artistas) e o contexto expositivo institucional. Uma Certa Falta de Coerência desenvolve o seu trabalho de forma independente desde 2008, num espaço exíguo na rua dos Caldeireiros onde se questiona frequentemente a respirabilidade do ar “como se ali houvesse menos do que os habituais 21% de O2”. A contabilização do oxigénio diz-nos da sua raridade, da economia do esforço e dependência. Face à impossibilidade de transferir essa atmosfera e os seus desafios, o projeto na Galeria Municipal testará políticas de produção e formas de entendimento próprias, tomando como ponto de partida o exercício de sobrevivência em condições adversas e sujeitas a opressão institucional, o sentido da amizade e das trocas desinteressadas em tempos de individualismo extremado e de hipercapitalização, e o rapto da liberdade pelo bom gosto e pela fantasia da aparência e do profissionalismo.
07.12.2019 — 16.02.2020
DEPOIS DO ESTOURO
Os desenvolvimentos sociais e económicos do final do século passado desencadearam, à entrada do terceiro milénio, uma série de condições que se mostram fundamentais para questionar o optimismo anunciado pela globalização e pela massificação de tecnologias. Depois do Estouro propõe uma reflexão sobre os paradoxos das suas consequências, paralelamente desafiando noções de manipulação do tempo, nas suas múltiplas dimensões conceptuais, perceptivas e materiais.
Nos formatos da fotografia e cinema expandido e em torno de relações entre o documentárioe a ficção, os trabalhos incidem sobre corpos e espaços, presentes no mundo físico ou hiperreal, colocados fora de limites temporais sob um ritmo desacelerado. Numa geração caracterizada pela disseminação da cultura digital, na qual os artistas, e outros agentes culturais, recorrem à rápida circulação de fragmentos fotográficos para produção e reprodução dos seus conteúdos, torna-se necessário pensar a natureza ontológica e relacional da imagem. As particularidades que surgem desta influência geracional são directamente transpostas em obras de arte que serão da maior importância para reflectir sobre um período passado.
Nos formatos da fotografia e cinema expandido e em torno de relações entre o documentárioe a ficção, os trabalhos incidem sobre corpos e espaços, presentes no mundo físico ou hiperreal, colocados fora de limites temporais sob um ritmo desacelerado. Numa geração caracterizada pela disseminação da cultura digital, na qual os artistas, e outros agentes culturais, recorrem à rápida circulação de fragmentos fotográficos para produção e reprodução dos seus conteúdos, torna-se necessário pensar a natureza ontológica e relacional da imagem. As particularidades que surgem desta influência geracional são directamente transpostas em obras de arte que serão da maior importância para reflectir sobre um período passado.
05.10 — 17.11.2019
ESTAR VIVO É O CONTRÁRIO DE ESTAR MORTO
Estar vivo é o contrário de estar morto encena um espaço que propõe refletir sobre a urgência de questionarmos modos de ação que constrangem a natureza e o valor – económico e cultural – que atribuímos a múltiplos equilíbrios terrestres.
A partir de um conjunto de obras pictóricas, fílmicas e performativas, a exposição pretende explorar, e caricaturar, formas de expressão que quebram a dicotomia do humano/não-humano, processos de reinterpretação de subjetividades, e situações que problematizam o direito à existência.
Entre o absurdo e o comum, o verosímil e o inverosímil, coloca-se em perspetiva a necessidade de se reavaliar a condição vulnerável e precária dos habitantes do planeta no contexto de práticas sociais e económicas contemporâneas – sem ignorar as artísticas e a forma como estas podem ser paradoxalmente coniventes com modelos de consumo que impossibilitam um sentido de bem-estar natural.
A partir de um conjunto de obras pictóricas, fílmicas e performativas, a exposição pretende explorar, e caricaturar, formas de expressão que quebram a dicotomia do humano/não-humano, processos de reinterpretação de subjetividades, e situações que problematizam o direito à existência.
Entre o absurdo e o comum, o verosímil e o inverosímil, coloca-se em perspetiva a necessidade de se reavaliar a condição vulnerável e precária dos habitantes do planeta no contexto de práticas sociais e económicas contemporâneas – sem ignorar as artísticas e a forma como estas podem ser paradoxalmente coniventes com modelos de consumo que impossibilitam um sentido de bem-estar natural.
19.09 — 17.11.2019
MILLENNIALS
Design do Novo Milénio
Considerando as primeiras duas décadas do atual milénio, torna-se evidente um quadro diversificado de transformações que afetam o design enquanto disciplina. Analisando a sua atual configuração, Millennials – Design do Novo Milénio foi pensada a partir da ideia de mapa. Procurou-se ensaiar um mapeamento do campo do design de comunicação orientado por uma tripla perspetiva, focando-se nas intenções (motivações, temáticas e valores), nos processos (método, autoria) e nas formas de materialização dos projetos.
A seleção dos projetos apresentados e o mapa conceptual que o discurso curatorial lhes associa pretendeu trazer uma leitura crítica aberta do design de comunicação contemporâneo. Como se mapa e território fossem permutáveis, procurou-se possibilitar ao visitante uma experiência de aproximação, confrontando-o com projetos onde o design se revela, sob algum traço de caracterização especificamente contemporâneo, como uma prática de mediação indissociável das circunstâncias tecnológicas, económicas, culturais e políticas que o enquadram.
A seleção dos projetos apresentados e o mapa conceptual que o discurso curatorial lhes associa pretendeu trazer uma leitura crítica aberta do design de comunicação contemporâneo. Como se mapa e território fossem permutáveis, procurou-se possibilitar ao visitante uma experiência de aproximação, confrontando-o com projetos onde o design se revela, sob algum traço de caracterização especificamente contemporâneo, como uma prática de mediação indissociável das circunstâncias tecnológicas, económicas, culturais e políticas que o enquadram.
08.06 — 18.08.2019
DE OUTROS ESPAÇOS
Na continuação da sua parceria com a Fundação EDP, a Galeria Municipal do Porto apresenta De Outros Espaços, uma nova exposição da série Perspetivas, na qual o Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia (MAAT) tem vindo a propor abordagens temáticas à Coleção de Arte Fundação EDP.
A exposição adota o seu título de um importante ensaio de Michel Foucault e aborda as noções de espaço imaginadas e desenvolvidas por artistas visuais, por oposição aos entendimentos da ideia de espaço provenientes de disciplinas científicas ou técnicas, incluindo a apropriação deste conceito pelo campo da arquitetura a partir do movimento moderno do início do século XX. Desta abordagem à ideia de espaço emergem tópicos prementes como as questões de identidade ou de género, a alienação social nos contextos urbanos contemporâneos, ou a revisitação de memórias históricas complexas, a partir de instalações, pintura e escultura de vários artistas.
A exposição adota o seu título de um importante ensaio de Michel Foucault e aborda as noções de espaço imaginadas e desenvolvidas por artistas visuais, por oposição aos entendimentos da ideia de espaço provenientes de disciplinas científicas ou técnicas, incluindo a apropriação deste conceito pelo campo da arquitetura a partir do movimento moderno do início do século XX. Desta abordagem à ideia de espaço emergem tópicos prementes como as questões de identidade ou de género, a alienação social nos contextos urbanos contemporâneos, ou a revisitação de memórias históricas complexas, a partir de instalações, pintura e escultura de vários artistas.
08.06 — 18.08.2019
DESERTADO. ALGO QUE ACONTECEU PODE ACONTECER NOVAMENTE
A possibilidade de se fazer uma revolução nos tempos de hoje, face às transformações em que a participação no espaço público tem vindo a incorrer, é uma das questões centrais no percurso artístico de Maria Trabulo e o ponto de partida para este projeto expositivo desenvolvido com a curadora Pieternel Vermoortel a convite da Galeria Municipal.
Desertado. Algo que aconteceu pode acontecer novamente surgiu a partir do desafio lançado à artista para pensar e debater o lugar que a ficção e as histórias partilhadas ocupam nas construções sociais e políticas de hoje. Convocando um conjunto de perspetivas de pensamento e propostas artísticas, que se irão encontrar, cruzar e habitar a instalação criada pela artista em colaboração com a curadora, a exposição reflete acerca do que poderá ser o lugar e a ação do artista na nossa paisagem política mutante. Como poderemos entender a participação social e política através da arte, e como pode a arte participar do debate público? Neste contexto, um ato de resistência pode também exigir alguma ficção.
Desertado. Algo que aconteceu pode acontecer novamente surgiu a partir do desafio lançado à artista para pensar e debater o lugar que a ficção e as histórias partilhadas ocupam nas construções sociais e políticas de hoje. Convocando um conjunto de perspetivas de pensamento e propostas artísticas, que se irão encontrar, cruzar e habitar a instalação criada pela artista em colaboração com a curadora, a exposição reflete acerca do que poderá ser o lugar e a ação do artista na nossa paisagem política mutante. Como poderemos entender a participação social e política através da arte, e como pode a arte participar do debate público? Neste contexto, um ato de resistência pode também exigir alguma ficção.
16.03 — 19.05.2019
ASTRAY
CAROLINE MESQUITA
A Galeria Municipal do Porto e a Kunsthalle Lissabon apresentam Astray, um projeto de Caroline Mesquita, concebido em dois momentos expositivos distintos e que introduz o trabalho da artista francesa em Portugal. Com curadoria de Sofia Lemos, o novo projeto expositivo, desenvolvido especificamente para o espaço da Galeria Municipal, combina escultura e imagem em movimento, convertendo-o num museu temporário de incerteza estética.
Mesquita encenou anteriormente situações em que figuras de latão oxidado coabitam em diferentes cenas com visitantes, como uma celebração ou um acidente de avião. Neste projeto, o interesse da artista pelo corpo concentra-se no interior, naquilo que sustenta o movimento e a articulação. Para os vertebrados, esta é a possibilidade de locomoção oferecida pelas estruturas ósseas; nas máquinas, é a materialidade da viagem através de escalas espaciais e temporais e da invenção da História. Os aviões, as naves espaciais e as motorizadas viajam numa travessia em direção à imaginação radical. Na Galeria Municipal, Mesquita cria um motor capaz de se mover através de histórias sincrónicas e diacrónicas da existência e questiona, material e simbolicamente, a sua fabricação. O filme Astray, que empresta o título à exposição, reúne animais humanos e não-humanos, motores e máquinas, numa relação performativa entre o passado, o presente e o futuro do observador.
Mesquita encenou anteriormente situações em que figuras de latão oxidado coabitam em diferentes cenas com visitantes, como uma celebração ou um acidente de avião. Neste projeto, o interesse da artista pelo corpo concentra-se no interior, naquilo que sustenta o movimento e a articulação. Para os vertebrados, esta é a possibilidade de locomoção oferecida pelas estruturas ósseas; nas máquinas, é a materialidade da viagem através de escalas espaciais e temporais e da invenção da História. Os aviões, as naves espaciais e as motorizadas viajam numa travessia em direção à imaginação radical. Na Galeria Municipal, Mesquita cria um motor capaz de se mover através de histórias sincrónicas e diacrónicas da existência e questiona, material e simbolicamente, a sua fabricação. O filme Astray, que empresta o título à exposição, reúne animais humanos e não-humanos, motores e máquinas, numa relação performativa entre o passado, o presente e o futuro do observador.
16.03 — 19.05.2019
ANUÁRIO
Uma visão retrospetiva da arte no Porto
Anuário consiste num projeto de análise reflexiva sobre as práticas curatoriais e artísticas no Porto ao longo de um ano. Este projeto – integrado na plataforma Pláka, que agrega as políticas de apoio do município à arte contemporânea – foi concebido por João Ribas e Guilherme Blanc e desenvolvido por um coletivo de cinco curadores que os dois convidaram a acompanhar, documentar e analisar projetos artísticos apresentados em espaços públicos da cidade. Este é o primeiro Anuário, uma exposição que resultou de um trabalho continuado de pensamento sobre a produção artística e de um processo de curadoria participado, em que as perspetivas de cinco curadores confluem num entendimento sobre a arte no Porto no último ano.