Concertos Comentados
Concebendo o concerto como uma conversa, convido performers musicais a partilharem as suas escolhas estilísticas, influências e referências estéticas através do diálogo e da atuação. As notas irão das ressonâncias dos gongos ao intercâmbio cultural e à exploração de forças cósmicas ancestrais.
Concertos Comentados / Sábado, 28 de maio, 19h
Sun Oddly Quiet — João Pais Filipe
O músico e escultor João Pais Filipe apresenta o seu processo de criação e exploração do som através de uma sessão com instrumentos de percussão, muitos deles concebidos e construídos por si. Ao explorar a relação entre materiais, gestos e sons, João Pais Filipe revela como os ecos das suas viagens por África, Ásia e América do Sul se manifestam através de cadências heterogéneas e complementares e mantras sonoros.
João Pais Filipe é percussionista e escultor de som. Desenvolve a sua atividade artística no Porto, onde constrói instrumentos de percussão metálicos, como gongos e címbalos, explorando as suas propriedades escultóricas e acústicas.
Concertos Comentados / Domingo, 19 de junho, 21h
Black Med, Chapter IV & VI — Invernomuto
Inspirada na teoria do “Atlântico Negro” de Paul Gilroy, que vê o oceano Atlântico como o reflexo de um sistema político e cultural assente na socioeconomia da escravidão, a historiadora Alessandra Di Maio definiu o “Mediterrâneo Negro” como território de subordinação, opressão racial e disputa geopolítica. A partir destas teorias, os Invernomuto criaram Black Med, um projeto de sessões de DJ set onde textos e referências dialogam com peças sonoras, agrupadas em temáticas como migração, periferia, interespécies ou alternativas à tecnologia. Black Med, Chapter IV inclui um desvio pelo Golfo Pérsico e Black Med, Chapter VI foi criado a partir do ensaio “Mediterraneans” de David Abulafia.
O momento, conta com a colaboração do Sismógrafo, que apresentará uma exposição individual do duo artístico, no dia anterior, e na sexta-feira uma projeção de dois documentários no Cinema Passos Manuel.
Invernomuto (Simone Bertuzzi e Simone Trabucchi) é um duo artístico cujo trabalho entrecruza som e imagem em movimento, englobando escultura, performance e publicações. Em Black Med intercetam trajetórias sónicas que cruzam o Mediterrâneo, registando o seu movimento e absorvendo as suas narrativas.
Concertos Comentados / Sexta-feira, 30 setembro, 19h30
Gestos Invisíveis — Nkisi
Nkisi explora a gestualidade como uma forma de escrita espacial cujo poder se expande na dimensão do invisível, através das propriedades dinâmicas e responsivas do som no contexto da improvisação. A partir destes movimentos geradores de discurso, Nkisi investiga as complexas articulações entre a natureza da memória, o pensamento abstrato e a infinita realidade dos mundos fractais. Integrada no âmbito do seu projeto The Secret Institute, a performance sonora Invisible Gestures, invoca as forças ancestrais da natureza e do cosmos através do contínuo estudo do movimento das mãos, aliado à improvisação na performance ritual, amplificada por sons, invocações e ritmos.
Nkisi (Melika Ngombe Kolongo) é música eletrónica, produtora e artista e as suas performances justapõem ritmos africanos, os maneirismos agressivos de dança europeus e melodias do sintetizador, reordenando a hierarquia dos sentidos para descobrir como o corpo e a memória são afetados por sons e ritmos.
Concertos Comentados / Terça-feira, 8 de novembro, 21h00
Arto Vs Arto — Arto Lindsay
Nem mesmo Arto Lindsay sabe como se irá desenrolar um concerto de Arto Lindsay. As quantidades exatas de continuidade e interrupção, ruído e harmonia, frustração, humor e euforia são doseadas e distribuídas ao vivo e de forma imprevisível. Improvisar, cantar, sintonizar e desconcertar-se dos outros definem a sua prática das últimas quatro décadas. Este concerto, em colaboração com o baixista Melvin Gibbs será um acontecimento imprevisível.
Arto Lindsay combina música e a arte na sua obra. Enquanto membro dos DNA, contribuiu para a fundação do No Wave e subverteu e transformou radicalmente a música Pop ao liderar a banda Ambitious Lovers. Através da sua prática colaborativa, trabalhou com artistas como Vito Acconci, Laurie Anderson, Animal Collective, Matthew Barney, Caetano Veloso e Rirkrit Tiravanija.
Arto Lindsay combina música e a arte na sua obra. Enquanto membro dos DNA, contribuiu para a fundação do No Wave e subverteu e transformou radicalmente a música Pop ao liderar a banda Ambitious Lovers. Através da sua prática colaborativa, trabalhou com artistas como Vito Acconci, Laurie Anderson, Animal Collective, Matthew Barney, Caetano Veloso e Rirkrit Tiravanija.
Concertos Comentados / Sexta-feira, 27 de janeiro, 19h00
Shafts of Sunlight — Lamin Fofana
O futuro é incerto. O caminho está em constante mudança. Os nossos encontros com o mundo levam-nos a experimentar e criar conceitos e formas novas que nos ajudarão a imaginar uma existência diferente, uma saída da turbulência e da brutalidade. Shafts of Sunlight é uma performance-instalação improvisada e aberta, feita de fragmentos e detritos de sessões de estúdio prolongadas. É uma perturbação da linearidade do tempo histórico, o historiador Robin D. G. Kelley se refere como Blues Time; é simultaneamente o passado, o futuro, e o espaço intemporal da imaginação.
Lamin Fofana é artista e músico residente entre Nova Iorque e Berlim. A sua música explora questões de movimento, migração, alienação, pertença e o que está para além da nossa realidade. O seu interesse pela história e o presente, e a sua prática de transmutação de texto no meio afetivo do som, manifestam-se em performances e instalações multissensoriais ao vivo.
Lamin Fofana é artista e músico residente entre Nova Iorque e Berlim. A sua música explora questões de movimento, migração, alienação, pertença e o que está para além da nossa realidade. O seu interesse pela história e o presente, e a sua prática de transmutação de texto no meio afetivo do som, manifestam-se em performances e instalações multissensoriais ao vivo.