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Memória de Elefante
A Primeira Exposição Colonial Portuguesa decorreu em 1934 nos Jardins do Palácio de Cristal. O seu ex-libris era uma grande escultura de um elefante, exposta no telhado do Palácio de Cristal, na época intitulado Palácio das Colónias. Homenageando o elefante enquanto símbolo e animal real com uma grande capacidade para reter e transmitir conhecimento, Memória de Elefante revisita a cultura material, arquivos e reminiscências coloniais associados à cidade do Porto através de workshops, percursos e conversas, com artistas, ativistas e educadores com o objetivo de discutir as implicações e legado do colonialismo.

Quinta-feira, 29 de maio, às 19 horas

Profundidade de Campo: Conferência por Malcom Ferdinand

O mundo está no meio de uma tempestade que moldou a história da modernidade ao longo de uma dupla fratura: por um lado, uma fratura ambiental impulsionada por uma civilização tecnocrática e capitalista que levou à devastação contínua dos ecossistemas da Terra e das suas comunidades humanas e não humanas e, por outro, a uma fratura instalada pela colonização e pelo imperialismo ocidental que resultou na escravatura racial, na dominação de povos indígenas e de mulheres em particular.
 
No seu livro "Uma ecologia decolonial – Pensar a partir do mundo caribenho" (prémio da Fundação de Ecologia Política de 2019) Malcom Ferdinand desafia esta dupla fratura, pensando a partir do mundo das Caraíbas. O navio negreiro revela as desigualdades que se mantêm durante a tempestade: alguns são agrilhoados no interior do porão ou até atirados ao mar, às primeiras rajadas de vento. Com base numa investigação empírica e teórica a partir das Caraíbas, Ferdinand desenvolve o conceito "ecologia decolonial" no qual associa a proteção do ambiente às lutas políticas, contra a dominação (pós)colonial, o racismo estrutural e as práticas misóginas. Enfrentar a tempestade ecológica, saindo do porão da modernidade, é uma proposta de reflexão sobre este livro, na construção de um mundo-comum, moldado por humanos e não-humanos, que possam viver juntos em justiça.
 
No âmbito do eixo Memória de Elefante, do ping! dialoga com a exposição Profundidade de Campo da artista Mónica de Miranda, apresentando a conferência de Malcom Ferdinand, um dos pensadores mais importantes da atualidade.
 
Malcom Ferdinand nasceu em Martinica em 1985. Licenciado em engenharia ambiental pela University College London e com doutoramento em filosofia política e ciência política pela Université Paris Diderot. Recebeu o Prix du Livre de la Fondation de l’Écologie Politique em 2019 pelo livro Uma ecologia decolonial – Pensar a partir do mundo caribenho. Atualmente, é investigador do Centre National de la Recherche Scientifique e no Institut de Recherche Interdisciplinaire en Sciences Sociales da Université Paris Dauphine-PSL.
 
Local: Auditório BMAG

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