Galeria Municipal do PortoGaleria Municipal do Porto

Programas
Mónica de Miranda
Profundidade de Campo
Curadoria de João Laia e Nuno Crespo
 
Entre o vídeo, a performance e a instalação, a exposição de Mónica de Miranda questiona a divisão entre presença e dissociação; distração e conexão; utopia e memória. Habita um tempo que reside no espaço entre a ficção e a realidade, onde as potencialidades da reescrita de histórias e o pensamento de futuros se cruzam nas ações discursivas e performativas propostas como parte do projeto.

29.03 - 15.06.2025

Sábado, 29 de março a partir das 18 horas

Inauguração: Profundidade de Campo

Mónica de Miranda (1976, Porto, Portugal), é uma artista portuguesa de origem angolana a viver entre Lisboa e Luanda. Cineasta, artista e investigadora, trabalha de forma interdisciplinar com desenho, instalação, fotografia, filme, vídeo e som nas suas formas expandidas e nas fronteiras entre ficção e documentário. Foi representante de Portugal na 60.ª Bienal de Veneza, em 2024.
Local: GMP, Piso 1

Entrada gratuita

Domingo, 30 de março às 11 horas

Profundidade de Campo: Visita guiada à exposição com Mónica de Miranda

No dia seguinte à inauguração de "Profundidade de Campo", Mónica de Miranda fará uma visita guiada à sua exposição. Esta é um oportunidade para conhecer mais a fundo - e na primeira pessoa, alguns das ideias por detrás deste projeto, com curadoria de João Laia e Nuno Crespo.
Local: GMP, Piso 1

Participação gratuita.

Sábado, 5 de abril, às 17 horas

Profundidade de Campo: Contra Ponto, por Tristany Mundu

A performance de Tristany Mundu propõe a construção de um caminho simbólico e imaginário, percorrido por dois performers num veículo igualmente imaginário. 
O trajeto que é feito contrapõe a fisicalidade dos corpos no espaço, com a presença e significados singulares das obras de Mónica de Miranda, convidando à reflexão sobre natureza/humano e as diferentes dimensões desta relação.  

Integrado no programa de ativações da obra "Intervalo Temporal".
Local: GMP, Piso 1

Participação gratuita.

Classificação etária a atribuir.

Tristany Mundu é um artista transdisciplinar nascido em 1995, na Linha de Sintra, Lisboa, com origens angolanas e portuguesas. É músico, performer, artista visual, produtor, diretor criativo e curador. Seu primeiro álbum, Meia Riba Kalxa (2020), inspirou séries visuais como Baxu ku Riba e Au vivu. Estreou-se como artista visual com Interferências no MAAT, e curou a exposição Meia Riba Kalxa na boka mundu no Festival Iminente. Cofundador do coletivo Unidigrazz, apresentou projetos na Europa e atua em diferentes espaços culturais. Atualmente, desenvolve a trilogia Cidade à volta da Cidade (2025), apresentada no CAM/Fundação Gulbenkian.

Fotografia: Ana Viotti
galeria

Sábado 12 de abril, às 17 horas

Profundidade de Campo: Migro, logo existo - Interstícios Do Não-ser, por Marinho Pina, Puma Andrade e Edvania Moreno

Em “Migro, logo existo: Interstícios do Não-Ser”, Marinho Pina questiona a luta por propriedades privadas - físicas, culturais, ideológicas e/ou identitárias -, que nos fazem esquecer de olhar pelos "Interstícios do Não-Ser", o lugar-nenhum onde residem universos de possibilidades e oportunidades para romper barreiras, sejam elas visíveis ou invisíveis, e reinventar o que significa ser humano.
 
“Migro, logo existo: Interstícios do Não-Ser” faz parte do programa de ativações da instalação "Intervalo Temporal", patente na exposição “Profundidade de Campo”, de Mónica de Miranda. 
Local: GMP, Piso 1

Participação gratuita.

Classificação etária: maiores de 6 anos.

Nascido em Sonaco, na Guiné-Bissau, Marinho de Pina é contador de histórias, fazendo uso de diferentes formatos: música, filme, escrita, poesia, dança, performance e arquitetura. Enquanto performer, tem atuado em vários espaços por Portugal e além fronteiras. Desde 2017, trabalha com o projeto Mediateca Abotcha (Guiné-Bissau), num programa de criação cultural de sonhos e utopias com comunidades locais, que objetiva a horizontalização de saberes. Recentemente, com o filme Ressonância em Espiral, que realizou em colaboração com Filipa César, esteve na Berlinale, em Berlim, no DocFortnight MoMA, em Nova Iorque e Cinema du Réel – Centre Pompidou, em Paris, onde foi distinguido com o Prémio Bibliotecas, patrocinado pelo Ministério da Cultura de França.

Sábado, 3 de maio, às 15 horas

Visitas guiadas às exposições

Neste sábado, será feita uma visita guiada às exposições patentes na Galeria Municipal do Porto: 
Escarlate Profundo, Rubi Gritante - The Freestanding Joys, de Pauline Curnier Jardin
Profundidade de Campo, de Mónica de Miranda
Forma Primeira, de Francisco Pedro Oliveira
Participação gratuita.

Sábado, 17 de maio, às 17 horas

[CANCELADA] Profundidade de Campo: Conversa com as artistas Mónica de Miranda e Isabél Zuaa

Na véspera do Dia Internacional dos Museus e do Fascínio das Plantas, as artistas Mónica de Miranda e Isabél Zuaa juntam-se para uma conversa a partir da exposição "Profundidade de Campo" que, tal como num câmbio de uma árvore, propõe o solo e o corpo como vetores de expressão decolonial e ecológica. 
 
As várias esculturas amovíveis que integram a exposição servem de ponto de partida para refeltir sobre a interação com o pensamento e prática de Amílcar Cabral, agrónomo, poeta e líder da luta de libertação na Guiné-Bissau e em Cabo Verde, que propôs o solo como agente ativo dos processos históricos.
 
Uma hora antes, Isabél Zuaa juntamente com Mauro Hermínio apresentam a performance "Pouca Terra", parte do ciclo de ativações da peça "Intervalo temporal", que integra a exposição.
Local: GMP

Participação gratuita.

Cineasta, investigadora e e artista portuguesa de origem angolana, a viver entre Lisboa e Luanda, Mónica de Miranda trabalha de forma interdisciplinar com desenho, instalação, fotografia, filme, vídeo e som nas suas formas expandidas e nas fronteiras entre ficção e documentário. Foi representante de Portugal na 60.ª Bienal de Veneza, em 2024.

Artista multidisciplinar, Isabél Zuaa nasceu em Lisboa e tem origens na Guiné-Bissau e em Angola. A sua pesquisa artística centra-se em dramaturgias onde as pessoas negras são protagonistas e anfitriãs das suas próprias narrativas e sobre o mapeamento de biografias invisibilizadas.
Formou-se em interpretação no Chapitô, na Escola Superior de Teatro e Cinema e na Unirio. Desde 2010, tem trabalhado em teatro, cinema, televisão e performance, desenvolvendo projetos em Portugal, no Brasil e em Itália.
Em 2019, fundou o coletivo Aurora Negra, juntamente com Cleo Diára e Nádia Yracema. O grupo estreou com Aurora Negra (2020), seguindo-se COSMOS (2022) e Missão da Missão (2023) . Criaram também o Festival KILOMBO, cuja primeira edição decorreu no Espaço Alkantara (2021) e a segunda no Teatro São Luiz (2023), em parceria com o Festival Alkantara. Isabél é cofundadora da UNA - União Negra das Artes.
Nos festivais de Cinema, em 2023 recebeu o prémio de Melhor Atriz Secundária no Cineuphoria (A Viagem de Pedro); em 2022 o Prémio Guarani de Melhor Atriz (Um Animal Amarelo); 2020 recebeu no Festival de Gramado o prémio de Melhor atriz (Um Animal Amarelo e pelo filme Deserto Estrangeiro). Foi também distinguida com menções honrosas no Los Angeles Brazilian Film Festival, e premiada em festivais como Sitges, Zinegoak e Fest Aruanda.

Sábado 17 de maio, às 16 horas

[CANCELADA] Profundidade de Campo: Pouca Terra, por Isabél Zuaa e Mauro Hermínio

Uma viagem de comboio atravessa o continente africano, mas os passageiros não são apenas pessoas: são histórias roubadas, artefatos arrancados das suas terras e confinados em vitrines de museus europeus. Cada paragem revela sons que ecoam da ausência, cada som representa a voz das estátuas levadas, sussurros de máscaras silenciadas. O público é convidado a embarcar numa reflexão sobre a imigração afro diaspórica, os corpos deslocados e as estátuas prisioneiras de um passado colonial. Uma viagem que desafia as fronteiras do tempo-espaço, revela o peso da história em cada paragem. Os performers são os guias nesta viagem. A sua interação com a instalação "Intervalo Temporal" serve simbolicamente como uma manifestação dos artefatos roubados, dos corpos que foram obrigados a sair dos seus territórios.
Poka Terra. Poka Terra. Tchu Tchu.

Integrado no programa de ativações da obra "Intervalo Temporal".
Local: GMP, Piso 1

Participação gratuita.

Classificação etária a atribuir.

Isabél Zuaa é artista multidisciplinar nascida em Lisboa e com origens na Guiné-Bissau e em Angola. A sua pesquisa artística centra-se em dramaturgias onde as pessoas negras são protagonistas e anfitriãs das suas próprias narrativas e sobre o mapeamento de biografias invisibilizadas.
Formou-se em interpretação no Chapitô, na Escola Superior de Teatro e Cinema e na Unirio. Desde 2010, tem trabalhado em teatro, cinema, televisão e performance, desenvolvendo projetos em Portugal, no Brasil e em Itália.
Em 2019, fundou o coletivo Aurora Negra, juntamente com Cleo Diára e Nádia Yracema. O grupo estreou com Aurora Negra (2020), seguindo-se COSMOS (2022) e Missão da Missão (2023) . Criaram também o Festival KILOMBO, cuja primeira edição decorreu no Espaço Alkantara (2021) e a segunda no Teatro São Luiz (2023), em parceria com o Festival Alkantara. Isabél é cofundadora da UNA - União Negra das Artes.
Nos festivais de Cinema, em 2023 recebeu o prémio de Melhor Atriz Secundária no Cineuphoria (A Viagem de Pedro); em 2022 o Prémio Guarani de Melhor Atriz (Um Animal Amarelo); 2020 recebeu no Festival de Gramado o prémio de Melhor atriz (Um Animal Amarelo e pelo filme Deserto Estrangeiro). Foi também distinguida com menções honrosas no Los Angeles Brazilian Film Festival, e premiada em festivais como Sitges, Zinegoak e Fest Aruanda.
 
Mauro Hermínio é um ator português, de origem moçambicana, cuja carreira abrange teatro, cinema e televisão, aliada a um forte ativismo pela representatividade negra. Formou-se na Escola Superior de Teatro e Cinema, tendo também estudado na Escola de Actores Impetus e na Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa. Na televisão, destacou-se em produções como “A Única Mulher” (TVI) e “Vidas Opostas” (SIC). No cinema, é conhecido por filmes como Mutant Blast (2018), Frágil (2019) e Ruth (2018), de António Pinhão Botelho. No teatro, demonstrou sua versatilidade em peças como “Doce Pássaro da Juventude” (2015), de Tennessee Williams, encenada por Jorge Silva Melo, e “Imperatore 2.0” (2018), de Pedro Sousa Loureiro. Também escreveu e interpretou o monólogo “Noman” (2014). Participou na peça “Negros” com a companhia GRIOT, encenada por Rogério Carvalho, explorando a experiência de ser negro num país predominantemente branco.

Sábado 24 de maio, às 17 horas

Profundidade de Campo: Ópera Ultra [SOM], por Henrique J. Paris

A Ópera Ultra [SOM] funciona como uma disseminação do toque nas suas forças motrizes sensoriais, operacionais e dimensionais — extraídas das estruturas da família Negra, das orquestrações institucionais e dos sistemas de trabalho que a rodeiam: possibilidades de rutura epistémica em jogo. A iteração percorre ideias para além de “serviço”, “servidor” ou “servidão”, encenadas no contexto da Galeria Municipal do Porto, no local multifacetado convertido em parque infantil, jardim e auditório (simultaneamente) por Mónica de Miranda. 
 
O ponto de partida para o ensaio performativo é a anterior série de palestras sónicas de J Paris intitulada “Humming as a Praxis”, na qual ele apresentou gestos sónicos suaves como ferramentas para renunciar a corporações públicas enraizadas no pensamento colonial [durante 2024] no Museu V&A em Kensington (Londres) e no Padrão dos Descobrimentos em Belém (Lisboa); explorando a sonoridade nas economias trágicas destes locais.

Integrado no programa de ativações da obra "Intervalo Temporal".
Local: GMP, Piso 1

Participação gratuita.

Classificação etária a atribuir.

Henrique J. Paris é um artista-investigador que, através das suas pesquisas, examina e questiona estruturas filosóficas, cenográficas e arquitetónicas e a sua interação com regimes de poder estabelecidos, códigos morais, mudanças institucionais e o discipulado cristão. A sua abordagem transdisciplinar à investigação utiliza a criação de imagens, o design de espaços, o arquivo e composições sonoras como instrumentos de crítica e intervenção.

Quinta-feira, 29 de maio, às 19 horas

Profundidade de Campo: Uma Ecologia Decolonial - Conferência por Malcom Ferdinand

O mundo está no meio de uma tempestade que moldou a história da modernidade ao longo de uma dupla fratura: por um lado, uma fratura ambiental impulsionada por uma civilização tecnocrática e capitalista que levou à devastação contínua dos ecossistemas da Terra e das suas comunidades humanas e não humanas e, por outro, a uma fratura instalada pela colonização e pelo imperialismo ocidental que resultou na escravatura racial, na dominação de povos indígenas e de mulheres em particular.
 
No seu livro "Uma ecologia decolonial – Pensar a partir do mundo caribenho" (prémio da Fundação de Ecologia Política de 2019) Malcom Ferdinand desafia esta dupla fratura, pensando a partir do mundo das Caraíbas. O navio negreiro revela as desigualdades que se mantêm durante a tempestade: alguns são agrilhoados no interior do porão ou até atirados ao mar, às primeiras rajadas de vento. Com base numa investigação empírica e teórica a partir das Caraíbas, Ferdinand desenvolve o conceito "ecologia decolonial" no qual associa a proteção do ambiente às lutas políticas, contra a dominação (pós)colonial, o racismo estrutural e as práticas misóginas. Enfrentar a tempestade ecológica, saindo do porão da modernidade, é uma proposta de reflexão sobre este livro, na construção de um mundo-comum, moldado por humanos e não-humanos, que possam viver juntos em justiça.
 
No âmbito do eixo Memória de Elefante, do ping! dialoga com a exposição Profundidade de Campo da artista Mónica de Miranda, apresentando a conferência de Malcom Ferdinand, um dos pensadores mais importantes da atualidade.
 
Local: Auditório BMAG

Participação gratuita.

Malcom Ferdinand nasceu em Martinica em 1985. Licenciado em engenharia ambiental pela University College London e com doutoramento em filosofia política e ciência política pela Université Paris Diderot. Recebeu o Prix du Livre de la Fondation de l’Écologie Politique em 2019 pelo livro Uma ecologia decolonial – Pensar a partir do mundo caribenho. Atualmente, é investigador do Centre National de la Recherche Scientifique e no Institut de Recherche Interdisciplinaire en Sciences Sociales da Université Paris Dauphine-PSL.
 

Sábado, 7 de junho, às 15 horas

Visitas guiadas às exposições

Neste sábado, será feita uma visita guiada às exposições patentes na Galeria Municipal do Porto: 
Escarlate Profundo, Rubi Gritante - The Freestanding Joys, de Pauline Curnier Jardin
Profundidade de Campo, de Mónica de Miranda
Forma Primeira, de Francisco Pedro Oliveira
Participação gratuita.

Sábado, 7 de junho, às 14:30 e 17 horas

Profundidade de Campo: Reverberações de um corpo-tela, por Wura Moraes

A performance de Wura Moraes propõe trabalhar a partir do princípio de corpo-tela ou corpo-imagem, como prefigura no livro de Leda Maria Martins, “Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela.” 
 
A dançarina e coreógrafa luso-brasileira explora a produção de imagens - visuais, sonoras e cinéticas -, através de objetos do seu arquivo familiar, para criar composições que convocam narrativas, imaginários e camadas temporais diversas.  
 
Os adereços deste arquivo, dão continuidade e relacionam-se com o projeto que a artista tem vindo a desenvolver: “Confluências”, onde evoca a memória do seu pai Mário Calixto e do seu tio Miltércio Santos, bailarinos e criadores.

Integrado no programa de ativações da obra "Intervalo Temporal".
Local: GMP, Piso 1

Participação gratuita.

Classificação etária a atribuir.

Dançarina e coreógrafa luso-brasileira, Wura Moraes é licenciada pela Faculdade Angel Vianna (Brasil), fez formação na École des Sables (Senegal), EDIT (Burkina Faso), e FAICC (Portugal). Co-criou com Joana Lopes, Alienada e Agente e foi intérprete de Cribles7Live-Porto de Emmanuelle Huynh. Na Bahia, desenvolveu a par com Loke Wolf a plataforma de pesquisa em dança contemporânea Autodidança. Coordenou o AgitLAB (Águeda), sob curadoria de Paulina Almeida, co-produzindo LAMB - LAND ART MOVING BIENNAL, com Malgosia Sus, coordenou o Dance Temple e co-dirigiu com Darya Efrat, a performance-trajeto Ilhas Suspensas, ambos para o Festival dos Canais (Aveiro), e criou o solo CERN, apresentado em Águeda e Marraquexe. Como intérprete participou em NKISI de Gil Mac, Time Capsule na JAB/Croácia, Serei/Afrodiaspórica de Dori Nigro, Eco_Movements de Plastic Art Performance Collective (Romênia), Un Enclos (pour l’impératrice) de Charles Cardin-Bourbeau, Feijoada de Calixto Neto, e no projeto Greenhouse com Mónica de Miranda. Em coprodução com o Festival DDD 2024, estreou HENDA I XALA, parte do projeto-maior Confluências, em homenagem ao seu pai Mário Calixto (1960-1996), bailarino e coreógrafo.

Fotografia: Tiago Rodriguez

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